segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Embolização de mioma uterino

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Especialistas falam sobre tumor que atinge metade das mulheres no Brasil.

Um tipo de tumor benigno encontrado na parede ou no colo do útero atinge milhares de mulheres de maneira silenciosa e indolor: o mioma uterino. Este tumor benigno atinge cerca de 50% das mulheres entre 30 e 50 anos. 

O tumor não cancerígeno pode apresentar tamanhos variados, que pode ser semelhante ao um grão de feijão e chegar até o tamanho de uma bola de basquete. Nos casos mais raros e severos, a mulher pode aparentar uma “falsa gravidez”, por causa da dilatação do abdômen. 

O mioma quando diagnosticado deve receber tratamento adequado para não influenciar negativamente na saúde da mulher. Para sanar as dúvidas que envolvem este tema.

1- O que é mioma? Quais os tipos? 
O mioma é um tumor não cancerígeno no útero. Tumor é qualquer coisa que cresce em local anômalo e, portanto, os miomas podem ser chamados de tumores “benignos”. A genética e os hormônios estão entre as principais causas da disfunção. O problema pode ocorrer em diferentes partes do útero e causa diversos problemas para mulher. Os miomas se dividem em três grupos: os subserosos que permanecem do lado de fora do útero, os intramurais que estão localizados na musculatura do útero, e os submucosos que estão dentro da cavidade do útero. 

2- Como eles se desenvolvem e manifestam? Quais os sintomas? Como diagnosticar? 
A causa do aparecimento dos miomas é genética e o crescimento deles se dá, na grande maioria das vezes, por ação do estrógeno, hormônio produzido no ovário da mulher em idade reprodutiva. Os sintomas são cólicas fortes, menstruação prolongada ou sangramento irregular. Quanto ao diagnóstico, ele é realizado através de exames de imagem como o ultrassom e a ressonância magnética. 

3- Quais os tratamentos mais indicados? Tudo dependerá do tamanho e localização do mioma. Mas, em geral, o tratamento é cirúrgico. 

4- Em quais casos é recomendado o procedimento cirúrgico? Em casos de miomas submucosos (dentro do útero), sempre se recomenda a retirada do mioma por histeroscopia (uma cirurgia na qual colocamos uma câmera de vídeo por dentro do útero, sem cortes externos). No caso dos demais miomas (intra-murais e subserosos), a cirurgia estará reservada aos casos com muitos sintomas ou em miomas de grande volume. 

5- Há tratamentos que “secam” o mioma? Como atuam sobre esse tumor? 
As medicações que diminuem o tamanho do mioma podem ser usadas, mas sempre antes de um procedimento cirúrgico, para diminuir o nódulo e ajudar na cirurgia. 
Além das medicações (que induzem a um estado semelhante a uma menopausa), outro tratamento é a embolização dos miomas, cujo um cateter é colocado até a artéria que irriga o mioma onde é realizada uma embolização daquele vaso, ou seja, é interrompido o fluxo de sangue para o mioma e com isso há redução do tumor, evitando a cirurgia em alguns casos. No entanto, este tratamento é indicado principalmente para mulheres com contra-indicações cirúrgicas ou que já tiveram filhos e não desejam mais ter filhos. 

6- Toda mulher pode desenvolver mioma? 
Sim. Após os 50 anos de idade a chance de ter um mioma é de 50% entre as mulheres. 

7- Independente do tipo de mioma, ele pode virar um câncer? A chance de virar um leiomiossarcoma (o tumor maligno) é de 0,3 a 0,5%. 

8- Este tipo de tumor pode interferir na fertilidade? 
Pode, dependendo da localização. Nesses casos, quando forem submucosos ou intramurais de grande volume ou localizados perto das trompas, devem ser operados. 

9- Há algum tratamento preventivo? O aparecimento dos miomas pode ter origem genética? 
Infelizmente não existe nenhum tratamento preventivo. A transmissão é genética. 

10- Quando e por que o mioma pode levar à retirada do útero? 
Atualmente, somente se retira o útero em mulheres que já não pretendem mais ter filhos e com miomas de grande volume ou muito sintomáticos. Por exemplo, mulheres com úteros aumentados semelhantes a gestações de 5 meses para cima tem indicação para a retirada do útero. 

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Dúvidas sobre embolização de miomas






Existem situações onde a embolização não possa ser indicada?

Algumas mulheres apresentam patologia associada com os miomas, como pólipos, endometrosis, etc. Nestes casos a embolização deve ser adiada ou evitada até resolver os outros problemas. Pacientes com infecções de repetição, que tenham sido submetidas a irradiação pélvica ou com sérios problemas sistêmicos, como insuficiência renal ou diabetes descompensada devem evitar a embolização. A alergia severa ao iodo pode também ser uma contra-indicação formal para realizar uma embolização.

De forma geral não há uma limitação para indicar a embolização devido ao tamanho, quantidade e/ou localização de nódulos miomatosos. Miomas muito grandes podem ser tratados com embolização da mesma forma que os pequenos. Pacientes com obesidade mórbida podem representar uma limitação estrutural já que a maioria das mesas angiográficas resistem peso de até 150kg. Se o peso do paciente for maior será necessário providenciar uma estrutura apropriada.

De que tamanho ficam os miomas e o útero após a embolização?

A experiência universal mostra que a embolização produz uma redução do tamanho uterino de aproximadamente 50% só nas primeiras 12 semanas e está diminuição continua a acontecer durante o primeiro ano após o procedimento. A redução de tamanho dos nódulos miomatosos é bastante variável. Nódulos maiores tendem a reduzir proporcionalmente mais do que nódulos menores. Em alguns casos os nódulos desaparecem por completo. Todavia o mais comum é observar uma redução no tamanho do mioma dominante (maior) de aproximadamente 65% durante os três primeiros meses após a embolização.

O que acontece se o tamanho de alguns miomas não se altera após a embolização?

É fundamental que se compreenda que o tamanho do útero e dos miomas não é o mais importante. O que realmente importa são os sintomas que estes provocam. Se após a embolização houve melhoria dos sintomas (diminuição do fluxo menstrual ou da sensação dolorosa) o procedimento pode ser considerado um sucesso. Se houver miomas que não regrediram em seu tamanho pode ser devido ao fato de já estarem isquêmicos antes da embolização o que acontece algumas vezes como parte da evolução espontânea da miomatose. Todavia, se a paciente continua apresentando sintomas após a embolização e os nódulos não regridem de tamanho isto pode indicar que não foi feita a embolização de forma apropriada ou que houve aparecimento de circulação colateral ou ainda que existe uma patologia associada como a adenomiose.

Existe algum tipo de treinamento específico requerido pelos médicos que fazem embolização uterina?

Sim. A embolização é uma técnica de radiologia intervencionista que não é exclusiva para tratar miomas e há mais de 30 anos que se aplica para tratar numerosos problemas como aneurismas, hemorragias, malformações vasculares, tumores, traumas, etc. Existem vários programas de treinamento e cursos de pós-residência para formar profissionais capacitados para realizar procedimentos minimamente invasivos de radiologia intervencionista. Os profissionais capacitados e habilitados para fazer este e outros tipos de procedimentos intervencionistas devem possuir o Título de Especialista em Angiorradiologia e Radiologia Intervencionista outorgado pelo Colégio Brasileiro de Radiologia e Associação Médica Brasileira.

A embolização apresenta risco e complicações como a cirurgia convencional?

A medicina não é uma ciência exata e nenhum procedimento médico está livre de riscos. Já foram relatados na literatura médica mais de 25.000 procedimentos de embolização uterina e somente 1(um) óbito foi reportado o que demonstra que é um procedimento muito seguro. A incidência geral de complicações que requeiram duma terapia mais agressiva ou que prolonguem o tempo de internação esta entre 1 e 2%, o que é significativamente menor aquela apresentada pelos procedimentos cirúrgicos convencionais que pode variar de 4 a 8%.

Quantas pacientes que realizam embolização requerem de histerectomia ou miomectomia posteriormente?
Deve-se diferenciar a necessidade de um procedimento adicional por causa de insucesso terapêutico (continuidade ou recorrência dos sintomas) daquele realizado para tratar uma complicação.
Aproximadamente 4 a 7% das pacientes continuam a apresentar sintomas desconfortáveis após a embolização e são então submetidas a miomectomia ou histerectomia. Isto pode acontecer por erros no diagnóstico, por falhas técnicas do procedimento, pela presença de variações anatômicas, etc. Tivemos alguns casos que após a embolização continuaram a apresentar sangramento e então decidiram fazer histerectomia.

No estudo anatomapatológico do útero retirado verificou-se que as pacientes tinham adenomiose e não miomatose. Tivemos também dois casos nos quais fizemos miomectomia após a embolização devido à presença de miomas subserosos isquêmicos. A associação entre embolização e miomectomia é cada vez mais empregada para tratamento de pacientes com útero muito volumoso e com múltiplos nódulos.

É importante salientar que a embolização uterina jamais inviabilizará uma cirurgia caso esta seja eventualmente necessária no futuro. Por isto a embolização deve ser sempre considerada antes da cirurgia.
Estima-se que uma histerectomia devido a infecção uterina possa acontecer a cada 500 vezes.

Há alguma restrição de idade para realizar embolização uterina?
Não existe restrição de idade. Embora não é o mais comum, temos visto mulheres jovens que tiveram a sua primeira menstruação bem cedo e que antes dos trinta anos começaram a sentir sintomas desconfortáveis por causa de miomas. Geralmente tem um familiar direto também com historia de miomas. Temos visto tambem mulheres de 50 e até 60 anos que, embora já na menopausa, apresentam sangramentos porque utilizam a terapia de reposição hormonal (TRH). Em todos os casos a embolização pode ser indicada e na maioria das vezes com extraordinário sucesso.

Com que tamanho de útero começam aparecer os sintomas?

Não existe uma regra para isto. Mulheres com um útero pequeno e poucos nódulos podem ser extremamente sintomáticas. Outras mulheres somente reparam o crescimento da barriga sem sentir dor ou alteração menstrual. Às vezes, simplesmente acham que estão “gordas” ou ate “grávidas”.

O que os médicos acham da paciente que apesar dos miomas estarem crescendo decidem não fazer qualquer tratamento?

A decisão de mudar uma situação desconfortável não compete aos médicos. O papel do médico é orientar e transmitir informação da forma mais honesta e didática para facilitar a tomada desta decisão que invariavelmente compete à própria paciente. Os miomas devem ser tratados quando a paciente sente que seus sintomas requerem de tratamento. Lembre-se que os sintomas provocados pelos miomas são muitas vezes bastante subjetivos e dependem de conceitos sociais e culturais. Existem mulheres que quando menstruam usam fraldas mas acham que isto é uma situação normal. Algumas mulheres toleram sintomas desconfortáveis durante muito tempo antes de considerar a possibilidade de recorrer a algum tipo de tratamento.

Uma mulher que já fez miomectomia e os miomas voltaram a crescer pode fazer embolização?

Sim. A miomectomia tem por objetivo extrair os miomas preservando o útero. Todavia como na maioria das vezes os miomas são múltiplos, a miomectomia não consegue extrair todos eles. Como o estimulo hormonal e a tendência a formar miomas permanecem inalterados na paciente, é muito provável que voltem a aparecer miomas mesmo após a miomectomia. Aproximadamente 20% de mulheres que fizeram miomectomia voltam a ter sintomas pelo crescimento de novos nódulos. Nestes casos a embolização é o melhor recurso para tratar os sintomas e evitar uma histerectomia.

Se a paciente estiver anêmica deve tratar a anemia antes de fazer embolização?

Em geral não é obrigatório tratar previamente a anemia para poder fazer embolização. No caso de uma cirurgia isto é mandatário porque podem ocorrer sangramentos importantes durante a cirurgia, mas isto não existe durante a embolização. Em quase 200 casos já realizados jamais tivemos que transfundir uma paciente.

A embolização pode provocar alterações hormonais?

A maioria das pacientes que realizam embolização uterina volta a ter a sua menstruação normal imediatamente após a cirurgia. Aproximadamente 10% das pacientes apresentam ciclos irregulares durante 3 a 6 meses após a embolização. Menos freqüentemente uma mulher pode entrar na menopausa após a embolização. Estima-se que entre 1 e 15% da população geral submetida a embolização possa entrar na menopausa após o procedimento, todavia esta possibilidade esta relacionada principalmente com a idade da paciente, sendo menor que 1% nas mulheres com menos de 40 anos e maior que 20% naquelas com mais de 45 anos. Alterações hormonais parecem ser um pouco mais freqüentes após histerectomia do que após embolização.

O que acontece com o material plástico que é utilizado para embolizar?Pode ocorrer algum tipo de reação alérgica a este material?

O PVA (poli-vinil-alcool) é um material sintético utilizado ha pelo menos 20 anos para fazer embolizações e não existe na literatura médica nem na experiência profissional qualquer relato de reação alérgica a este material. Embora provocam uma embolização permanente as partículas de PVA são degradadas pelo corpo muito lentamente.

Qual é a probabilidade de engravidar após a embolização e quanto tempo após a cirurgia posso começar a tentar?

Este é um assunto controvertido e não ha ainda uma resposta definitiva. Alguns trabalhos já publicados na literatura médica indicam que a possibilidade de engravidar gira em torno de 30%, isto é uma de cada três pacientes que desejam, conseguem engravidar. Esta possibilidade parece ser bastante similar com a obtida após a miomectomia. Para as pacientes que desejam engravidar pedimos para aguardar pelo menos 12 semanas até fazermos o controle com os estudos de imagem, ultra-som ou ressonância magnética, antes de tentarem engravidar.

Devo usar métodos anticoncepcionais após a embolização?

A embolização uterina não elimina o potencial de fertilidade. Numerosas pacientes já engravidaram após fazerem embolização uterina. Por tanto, se não desejar engravidar após a embolização o correto será manter os métodos anticoncepcionais.

Com que frequência ocorre a eliminação de miomas pela vagina após a embolização? É muito doloroso?

Muitas, se não a maioria das pacientes apresentam um corrimento de cor castanho depois da embolização. As vezes simula uma menstruação discreta e é acompanhada de pequenos fragmentos de miomas que migram desde a camada interna do útero. Isto dura geralmente de uma a três semanas embora possa se extender por um período de tempo maior. Geralmente não provoca odor desagradável ou causa qualquer incomodo para as pacientes.

Aproximadamente 5% das mulheres poderão eliminar uma porção maior de um mioma. Nestes casos pode haver dor de tipo cólica e sintomas similares ao de um aborto. Quando ha um mioma retido na cavidade uterina geralmente provoca um odor intenso e uma secreção diferente. Às vezes é necessário prescrever antibiótico e esvaziar a cavidade uterina com uma curetagem. Embora não seja o objetivo da embolização, a eliminação de miomas através da vagina provoca um alivio enorme na sintomatologia das pacientes.


Fonte: terra.com

sábado, 5 de maio de 2012

Mioma um tumor benigno - Qual o tratamento para mioma?

Um tipo de tumor benigno encontrado na parede ou no colo do útero atinge milhares de mulheres de maneira silenciosa e indolor: o mioma uterino. Este tumor benigno atinge cerca de 50% das mulheres entre 30 e 50 anos.

Segundo a ginecologista Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo “os sintomas, quando ocorrerem, dependerão do número, tamanho e localização dos miomas”.

O tumor não cancerígeno pode apresentar tamanhos variados, que pode ser semelhante ao um grão de feijão e chegar até o tamanho de uma bola de basquete. Nos casos mais raros e severos, a mulher pode aparentar uma “falsa gravidez”, por causa da dilatação do abdômen.

O mioma quando diagnosticado deve receber tratamento adequado para não influenciar negativamente na saúde da mulher. Para sanar as dúvidas que envolvem este tema, a ginecologista responde as principais dúvidas sobre o desenvolvimento do mioma.

1- O que é mioma? Quais os tipos?
O mioma é um tumor não cancerígeno no útero. Tumor é qualquer coisa que cresce em local anômalo e, portanto, os miomas podem ser chamados de tumores “benignos”. A genética e os hormônios estão entre as principais causas da disfunção. O problema pode ocorrer em diferentes partes do útero e causa diversos problemas para mulher. Os miomas se dividem em três grupos: os subserosos que permanecem do lado de fora do útero, os intramurais que estão localizados na musculatura do útero, e os submucosos que estão dentro da cavidade do útero.

2- Como eles se desenvolvem e manifestam? Quais os sintomas? Como diagnosticar?
A causa do aparecimento dos miomas é genética e o crescimento deles se dá, na grande maioria das vezes, por ação do estrógeno, hormônio produzido no ovário da mulher em idade reprodutiva. Os sintomas são cólicas fortes, menstruação prolongada ou sangramento irregular. Quanto ao diagnóstico, ele é realizado através de exames de imagem como o ultrassom e a ressonância magnética.
3- Quais os tratamentos mais indicados? Tudo dependerá do tamanho e localização do mioma. Mas, em geral, o tratamento é cirúrgico.

4- Em quais casos é recomendado o procedimento cirúrgico? Em casos de miomas submucosos (dentro do útero), sempre se recomenda a retirada do mioma por histeroscopia (uma cirurgia na qual colocamos uma câmera de vídeo por dentro do útero, sem cortes externos). No caso dos demais miomas (intra-murais e subserosos), a cirurgia estará reservada aos casos com muitos sintomas ou em miomas de grande volume.

5- Há tratamentos que “secam” o mioma? Como atuam sobre esse tumor?
As medicações que diminuem o tamanho do mioma podem ser usadas, mas sempre antes de um procedimento cirúrgico, para diminuir o nódulo e ajudar na cirurgia.
Além das medicações (que induzem a um estado semelhante a uma menopausa), outro tratamento é a embolização dos miomas, cujo um cateter é colocado até a artéria que irriga o mioma onde é realizada uma embolização daquele vaso, ou seja, é interrompido o fluxo de sangue para o mioma e com isso há redução do tumor, evitando a cirurgia em alguns casos. No entanto, este tratamento é indicado principalmente para mulheres com contra-indicações cirúrgicas ou que já tiveram filhos e não desejam mais ter filhos.

6- Toda mulher pode desenvolver mioma? Sim. Após os 50 anos de idade a chance de ter um mioma é de 50% entre as mulheres.

7- Independente do tipo de mioma, ele pode virar um câncer? A chance de virar um leiomiossarcoma (o tumor maligno) é de 0,3 a 0,5%.

8- Este tipo de tumor pode interferir na fertilidade? Pode, dependendo da localização. Nesses casos, quando forem submucosos ou intramurais de grande volume ou localizados perto das trompas, devem ser operados.

9- Há algum tratamento preventivo? O aparecimento dos miomas pode ter origem genética?
Infelizmente não existe nenhum tratamento preventivo. A transmissão é genética.

10- Quando e por que o mioma pode levar à retirada do útero?
Atualmente, somente se retira o útero em mulheres que já não pretendem mais ter filhos e com miomas de grande volume ou muito sintomáticos. Por exemplo, mulheres com úteros aumentados semelhantes a gestações de 5 meses para cima tem indicação para a retirada do útero.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Por que os miomas provocam sangramento e diminuem a fertilidade


A relação entre mioma uterina e infertilidade sempre foi um assunto muito controverso. Devido os miomas serem os tumores mais freqüentes encontrados nas mulheres, os seus sintomas são muito variados e dependem não só do tamanho mas também do número e da sua localização em relação a cavidade uterina. 

Desta maneira, os miomas submucosos, devido estarem dentro da cavidade uterina, não só são os que mais aumentam o sangramento menstrual, mas também são os que têm o maior efeito adverso na fertilidade.

Já os miomas intramurais e subserosos, por outro lado, têm impactos variáveis sobre a fertilidade, que vão depender das modificações provocadas por estes na cavidade uterina. Entretanto, um estudo comparando o efeito dos diversos tipos de miomas sobre as taxas de implantação em pacientes submetidas à fertilização in vitro mostrou que os miomas subserosos não diminuíam as taxas de gravidez enquanto que tanto os miomas intramurais assim como os submucosos tinham um impacto negativo sobre estas. 

O efeito dos miomas intramurais era observado mesmo naqueles casos em que o tumor não deformava a cavidade uterina, o que tornava difícil explicar como estes tumores poderiam diminuir as taxas de implantação ovular.

  Várias hipóteses foram oferecidas para explicar o impacto negativo sobre a fertilidade causado pela presença dos miomas intramurais e submucosos. Entre estas podemos citar as alterações na vascularização do endométrio causadas pela liberação por parte do tumor de fatores angiogênicos, que aumentariam a proliferação vascular dificultando a gestação e provocando sangramento uterino anormal. De fato a vascularização do endométrio observada através da histeroscopia é tanto maior quanto mais próximo o mioma estiver da cavidade uterina.

Entretanto, ainda não se sabe se é o mioma que influência o endométrio ou se é este que é importante para o crescimento e os sintomas dos miomas. O impacto diferente que os miomas subserosos e submucosos têm sobre a fertilidade provavelmente reflete as importantes diferenças não só na sua fisiopatologia, mas também na dependência destes tumores aos hormônios estrogênicos. 

Por causa disto, o tratamento hormonal é mais eficaz no caso dos submucosos do que dos subserosos devido a maior quantidade de receptores para os hormônios estrogênios nestes. Da mesma maneira que com relação à fertilidade as alterações menstruais também são mais frequentes no caso dos miomas submucosos que dos subserosos e isto se deve a uma maior dependência destes aos hormônios estrogênios não só para o seu crescimento, mas também para o aparecimento dos sintomas. 

A frequente associação entre miomas submucosos e estrogênios sugere que os sintomas produzidos por estes, inclusive o impacto negativo sobre a fertilidade, podem ser conseqüência do hiperestrogenismo associado com esta patologia. Evidências recentes mostram que os miomas podem produzir estrogênios localmente no seu interior, e isto se deve a expressão da enzima aromatase nestes tumores.

Curiosamente o endométrio das pacientes com miomas também é capaz de expressar a enzima aromatse e, portanto produzir localmente estrogênios. Entretanto, esta expressão de aromatase só é observada no endométrio das pacientes com miomas submucosos ou intramurais com história de sangramento uterino anormal. 


Nas pacientes com miomas subserosos sem sintomas de sangramento uterino, a expressão de aromatase no endométrio foi negativa. Embora estes dados sejam apenas sugestivos de uma relação entre a expressão de aromatase no endométrio e a presença de sangramento uterino anormal, a expressão anômala desta enzima foi também detectada no endométrio de pacientes com outras patologias como os pólipos endometriais e a adenomiose cuja presença está associada a um aumento do sangramento uterino. 

Por sua vez existem evidências clínicas de que a produção local de estrogênios no útero é mais importante que os estrogênios circulantes para estimular o crescimento dos miomas. Esta produção local de estrogênios tem também um efeito negativo na fertilidade, pois estudos feitos em pacientes submetidas à fertilização in vitro, mostraram que as taxas de implantação ovular ficavam reduzidas à metade se o endométrio expressava a enzima aromatase. Estas observações entre expressão de aromatase e a redução da fertilidade podem explicar o impacto negativo dos miomas sobre as taxas de gravidez.

  É importante lembrar que os miomas submucosos e intramurais estão associados com a expressão de aromatase no endométrio enquanto que esta não se expressa no endométrio das pacientes com miomas subserosos. Desta maneira, a presença da enzima aromatase no endométrio das pacientes que têm miomas que estão associados com uma redução das taxas de gravidezes pode ser o mecanismo responsável não só pelo sangramento uterino anormal, mas também pela diminuição da fertilidade.

  Neste aspecto o uso de contraceptivos orais contendo gestodeno, dados de maneira contínua, pode ter um papel importante no controle dos sintomas ligados ao hiperestrogenismo associados ao mioma, já que o gestodeno é um inibidor da expressão da enzima aromatase no endométrio.


Fonte: Ginecologia Endócrina

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Nem todo cisto ou mioma precisa de cirurgia


Cistos e miomas são palavras cada vez mais comuns no repertório feminino. Até as adolescentes já estão familiarizadas com os termos e nem se espantam quando ouve do médico um diagnóstico que aponta a presença desses carocinhos.

Mas, ao contrário do que muita gente pensa, um mioma não é um cisto que cresceu. Trata-se de duas estruturas diferentes, desde a composição até o lugar onde podem surgir, explica o mastologista Edison Mantovani Barbosa, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz. Enquanto o cisto aparece no ovário, o mioma surge no útero. E, acalme-se, nem todos eles precisam ser removidos com uma cirurgia. No caso do cisto, estamos falando de uma bolinha recheada de líquido e, em alguns casos, sangue , diz o médico. Ele surge devido à variação entre as taxas de dois hormônios produzidos no ovário: o estrógeno e a progesterona. Essa mesma oscilação pode determinar o fim ou o crescimento do cisto daí a exigência de acompanhamento do ginecologista depois do diagnóstico.


De acordo com o doutor Edison, só os cistos com mais de 5cm de diâmetro precisam ser removidos. A partir deste tamanho, são grandes os riscos de rompimento da membrana. Isso causaria muita dor, além de uma hemorragia naquelas situações em que houvesse sangue no interior do nódulo, afirma.

Já os miomas surgem em decorrência de um crescimento celular desregulado. Eles existem em três formas: para fora, na parede e para dentro do útero. Os dois últimos podem causar uma menstruação mais abundante, além de sangramento entre um ciclo e outro, diz Edison Mantovani.


A retirada dos miomas ocorre quando a perda de sangue está provocando anemia na mulher ou quando o crescimento dele dificulta a gravidez o que é mais raro, já que o problema tende a afetar mulheres em fase de
pré-menopausa, segundo o médico. O mioma também pode comprimir a bexiga, dificultando o armazenamento da urina e causando desconforto. À exceção dos casos em que a retirada do mioma implica também na do útero, a cirurgia e bem simples, diz o especialista. Depois da operação, não costumam surgir novos miomas.

Nódulos nas mamas
Você já deve ter ouvido alguma amiga se queixar de cistos na mama. Ela realmente poderia ter algum nódulo nesta região, mas nunca um cisto. Nesta região do corpo, podem aparecer fibroadenomas: eles são formados por uma estrutura fibrosa e tecido epitelial, explica o médico.

O problema não causa dor e é mais comum em adolescentes, surgindo por causa das variações hormonais. Em geral, esses nódulos não crescem mais de 1,5 cm e dispensam cirurgias de extração. O diagnóstico de um fibroadenoma é feito por punção com agulha, afirma o ginecologista Edison Mantovani. Caso haja o crescimento desses nódulos, precisamos realiza rum acompanhamento rigoroso. A preocupação existe para evitar o desenvolvimento de
câncer nas mamas.
Fonte: Minha Vida

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Sangramento Excessivo quais as causas



A maioria das mulheres já experimentou ou irá experimentar um episódio de sangramento excessivo durante a menstruação. Estes episódios são chamados pelos médicos de Menorragia ou Hipermenorréia.


O ciclo menstrual não é exatamente o mesmo em todas as mulheres. O fluxo menstrual costuma descer a cada 21-35 dias, dura cerca de 5 dias e produz uma perda total de sangue de 30-40 mL (cerca de 2-3 colheres de sopa). As regras podem ser regulares ou irregulares, leves ou intensas, dolorosas ou indolores, curtas ou prolongadas, e ainda assim serem consideradas normais.
O termo menorragia se refere à perda de mais de 80 mL de sangue durante todo o ciclo menstrual.

Quais os sintomas da Menorragia?
Os principais sinais e sintomas da menorragia incluem:

  • Fluxo menstrual suficiente para ensopar completamente um ou mais absorventes íntimos a cada hora por várias horas consecutivas.
  • Necessidade de utilizar absorventes duplos para controlar o fluxo menstrual.
  • Necessidade de trocar o absorvente durante a noite.
  • Fluxo menstrual com duração superior a 7 dias.
  • Presença de grandes coágulos de sangue no fluxo.
  • Fluxo menstrual intenso o suficiente para interferir com as atividades do dia a dia.
  • Dor constante na parte inferior do abdome durante a menstruação.
  • Sensação de cansaço, fadiga ou falta de fôlego (sintomas de anemia).

Quais as causas?
Em algumas mulheres, não é possível determinar a causa da menorragia. Entretanto, o problema pode ser causado por vários distúrbios diferentes, tais como:

  • Desequilíbrios hormonais (incluindo doenças da tireóide).
  • Miomas uterinos (tumores benignos que aparecem durante os anos férteis; podem atingir grandes volumes).
  • Pólipos uterinos (pequenos tumores benignos que aparecem durante os anos férteis; estão associados a altos níveis hormonais).
  • Disfunção ovariana (a falta de ovulação pode causa desequilíbrio hormonal, resultando em menorragia).
  • Adenomiose (mais comum em mulheres de meia idade que tiveram vários filhos).
  • Uso de Dispositivo Intra-Uterino (DIU).
  • Gravidez complicada (um sangramento intenso e isolado pode estar relacionado a um episódio de abordo espontâneo).
  • Câncer (raro).
  • Medicações (incluindo antiinflamatórios e anticoagulantes).
  • Outras causas: vários outros distúrbios podem causar menorragia, incluindo doença inflamatória pélvica, doenças da tireóide, endometriose, e problemas nos rins ou no fígado.
  •  

Quais os fatores de risco?
Qualquer mulher em idade fértil pode experimentar um episódio de menstruação excessiva. Mulheres jovens que ainda não estão ovulando regularmente possuem um risco especialmente maior para menorragia nos 12-18 meses após a primeira menstruação (menarca).


Mulheres mais velhas, que estão se aproximando da menopausa, também podem passar por períodos desequilíbrio hormonal com menorragia.

Quando procurar auxílio médico?
Todas as mulheres com menstruação excessiva devem realizar uma avaliação médica para avaliar a causa e a gravidade do sangramento.

Quais exames devem ser feitos?
Após realizar um exame clínico minucioso, seu médico poderá solicitar alguns testes, tais como exames de sangue, preventivo ginecológico, biópsia do endométrio e ultra-sonografia. Dependendo dos resultados destes exames ou da necessidade de excluir possíveis diagnósticos diferenciais, outros procedimentos poderão ser indicados (p.ex.: histeroscopia, dilatação, curetagem, etc).

Como a menorragia é tratada?
O tratamento específico da menorragia depende de vários fatores, incluindo o estado geral de saúde, a causa e a gravidade do problema, a tolerância a certos medicamentos e terapias, os efeitos do distúrbio sobre o estilo de vida e as preferências da própria pessoa que será tratada.


O tratamento medicamentoso da menorragia pode incluir o emprego de suplementos de ferro (para tratar a anemia), antiinflamatórios não-esteróides (ajudam a reduzir a perda sangüínea e as cólicas durante as menstruações), pílulas anticoncepcionais (regulam a ovulação e reduzem os episódios de menorragia) e progesterona (corrige o desequilíbrio hormonal e reduz a menorragia).


Se a menorragia estiver relacionada ao uso de suplementos hormonais, pode ser necessário modificar ou interromper o tratamento.
Nos casos em que o tratamento medicamentoso não surte efeito, podem-se indicar intervenções cirúrgicas, tais como dilatação e curetagem, histeroscopia, ablação endometrial por energia ultra-sônica ou até mesmo histerectomia (retirada cirúrgica de todo o útero). A histerectomia é um procedimento permanente que elimina a menstruação porém causa infertilidade.


Fonte: Mantecorp

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Quimioembolização do figado ou embolização do câncer do figado



Câncer do figado
Muito gente não sabe, mas a técnica de embolização realizada nos moimas uterinos também vem sendo usada no tratamento de câncer do figado. A técnica ainda é muito pouco divulgada mas os resultados tem conseguido prolongar a vida de muitos pacientes com tumores no figado.

Os tumores de fígado têm como etiologias principais a cirrose causada por álcool ou a contaminação por Vírus B e C.


Quioembolização do Câncer de Fígado



O que é quimioembolização do figado?

Consiste no bloqueio da circulação que irriga o tumor associado a injeção de drogas quimioterápicas diretamente nas artérias que o nutrem.


Qual o objetivo da quimioembolização do figado?

Diminuindo-se o fluxo de oxigênio e nutrientes para o tumor, ocorre a sua necrose. A injeção de drogas quimioterápicas diretamente nos vasos que irrigam o tumor, aumentam as suas concentrações locais com menos efeitos colaterais sistêmicos. Maior tempo de ação dessas drogas localmente. Maior penetração das drogas no tumor.


Quando está indicado a quimioembolização?
  • Nos pacientes com tumores pequenos que estão aguardando o transplante.
  • Nos pacientes com tumores pequenos que tem indicação cirúrgica de ressecção, como pré-operatório.
  • Nos pacientes com tumores únicos maiores que 5 cm ou mais de 3 nódulos maiores que 3 cm.


Em tumores extensos que ocupem menos de 50% do volume do fígado.

Quais são as principais contra-indicações?

  • A presença de trombose de veia porta (responsável pela irrigação de 70% do fígado).
  • Essa trombose é diagnosticada pelo ultrassom com doppler, tomografia computadorizada, ressonância magnética ou arteriografia (cateterismo).
  • Presença de insuficiência hepática grave.
  • Presença de insuficiência renal.



Como é realizado este procedimento?

Este procedimento é realizado com anestesia local na região inguinal (virilha) associado a uma sedação leve em uma sala de hemodinâmica (cateterismo), acompanhado por um anestesista e monitorização contínua.

É realizado um pequeno corte de aproximadamente 3 mm na virilha seguido de punção da artéria femoral comum, com passagem de um introdutor (dispositivo colocado na artéria, através do qual são passados os catéteres).


Quais são as drogas mais utilizadas?

As drogas mais utilizadas são a Doxorrubicina, a Mitomicina e a Cisplatina ( sendo mais freqüente a utilização associada de Doxorrubicina e Mitomicina), misturadas com Lipiodol ( óleo etiodado que fica retido nos vasos que irrigam o tumor por semanas). Após as drogas, são injetadas pequenas partículas que existem no mercado de diversas formas, tamanho e material, podendo ser escolhidas conforme cada caso.



Quais são os efeitos colaterais?

Os principais efeitos colaterais são dor no lado direito do abdome (que é mais intensa nas primeiras 24 – 48 horas, podendo persistir em menor intensidade por aproximadamente 10 dias, controlada com analgésicos); discreta febre ( que dura aproximadamente 24-72 horas); náuseas e vômitos ( nas primeiras 24-48 horas) e perda de apetite ( nos primeiros 10 dias).


Qual é o tempo de internação?
Na grande maioria das vezes, a internação é de 24 horas.


Quais são as complicações que eu posso ter?

A complicação mais freqüente é a formação de hematoma no local de punção que desaparece normalmente, em 2 -3 semanas; pode ocorrer gastrite em consequência a injeção das drogas; insuficiência renal devido ao uso de contraste e da Cisplatina e descompensação cardíaca com uso de Doxurrubicina em pacientes cardiopatas.


Existe ainda o risco de infecção no local onde ocorre a necrose do tumor (abscesso), que na maioria das vezes é tratado com antibióticos, podendo haver necessidade de drenagem.
A complicação mais grave esperada é de necrose hepática (1%), ou seja, ocorre falta total ou parcial de fluxo sanguíneo no tumor e no fígado sem tumor, causando insuficiência hepática e óbito.



As drogas e as dosagens são escolhidas conforme cada caso.
O índice de complicações, em geral, é de aproximadamente 2%.



Quais são os resultados esperados?

O que esperamos é o controle da progressão do tumor ou a sua regressão parcial ou completa. Dessa forma o paciente pode aguardar o transplante, diminuir o tumor para a cirurgia de ressecção, ou quando não tem indicação de nenhum dois procedimentos anteriores, aumentar a sobrevida em 2-3 vezes em comparação com o tratamento clínico (medicamentos paliativos para sintomas).


Fonte: Dr. Henrique Elkis: http://www.henriqueelkis.com.br/quimioembolizacao-hepatica.asp