quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Tumores Benignos do Útero


Generalidades
O útero pode ser afectado por vários tipos de tumores benignos, todos eles constituídos por células provenientes de tecidos do próprio órgão, que se reproduzem de maneira exagerada e formam um tumor. Consoante o tipo de tumor, este tanto pode crescer até à cavidade do órgão e constituir um pólipo unido à parede uterina através de um pedículo, como crescer na própria espessura da parede uterina ou até formar uma proeminência para o exterior do órgão.

Independentemente do tipo de crescimento, todos os tumores benignos são constituídos por células que se assemelham às originais, não se infiltram nos tecidos adjacentes nem se disseminam à distância do órgão. Todavia, deve-se referir que existem tumores benignos que sofrem, a longo prazo e por razões desconhecidas, uma evolução maligna, transformando-se em tumores cancerosos. Embora a maioria dos tumores benignos do útero costume evoluir sem provocar sinais ou sintomas, quando se detecta a sua presença, normalmente deve-se realizar um acompanhamento médico regular ou proceder-se à sua eliminação, regra geral através de procedimentos cirúrgicos. Em seguida, são descritos os vários tipos de tumores benignos do útero mais frequentes.

Pólipos cervicais
Estes pólipos correspondem a proliferações da mucosa que reveste o colo uterino. O seu crescimento provoca a formação de uma proeminência na entrada do colo uterino que se mantém unida à parede uterina por um pedículo mais ou menos fino. Apesar de serem, na maioria dos casos, pólipos únicos, em cerca de 20% são múltiplos. Costumam ser pequenos, já que raramente ultrapassam os 2 cm de diâmetro, mas podem alcançar, por vezes, dimensões mais significativas, chegando a ultrapassar o orifício cervical externo e sobressaindo até à vagina.

Os pólipos cervicais são muito frequentes, afectando essencialmente as mulheres entre os 40 e os 50 anos de idade, nomeadamente as que tenham tido vários filhos, sendo pouco habituais nas que não tenham tido filhos. Embora não provoquem, na maioria dos casos, manifestações e apenas sejam detectados através de algum exame uterino realizado por outro motivo, por vezes sofrem rupturas. Estas podem ocorrer de forma espontânea ou como consequência de um traumatismo, por exemplo durante o coito, originando hemorragias, normalmente reduzidas e sem relação com a menstruação, que são exteriorizadas pela vagina - em alguns casos, repetem-se com bastante frequência. Para além disso, como se calcula que cerca de 1% dos casos sofre uma evolução maligna, quando são diagnosticados, é aconselhável a sua extracção cirúrgica.

Pólipos endométricos
Embora estes pólipos se assemelhem aos cervicais, desenvolvem-se no endométrio, a mucosa que reveste o corpo do útero, nomeadamente o fundo do órgão. Costumam ter uma forma arredondada ou comprida e não ultrapassam os 3 cm de largura ou comprimento, ainda que possam ser mais volumosos. Normalmente, são únicos; contudo, por vezes, são múltiplos e podem sofrer ou não as alterações próprias do endométrio no ciclo menstrual.

Os pólipos endométricos são compostos por uma abundante rede de pequenos vasos sanguíneos e, embora possam evoluir de forma assintomática, sangram com uma certa facilidade e provocam hemorragias que se exteriorizam pela vagina a qualquer momento do ciclo menstrual, independentemente de ser de forma espontânea ou provocadas pelo coito. Para além disso, quando adquirem um determinado volume, podem desencadear contracções uterinas que, em alguns casos, geram dor.

Por outro lado, dado que estes tumores sofrem transformações malignas em cerca de 5% dos casos, os médicos costumam, mais tarde ou mais cedo, recomendar a sua extracção cirúrgica.

Fonte: Medipédia

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